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O QUE É SOLO?

  • interasolo
  • 19 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

Vocês já tinham ouvido falar em Pedologia quando cursaram as séries iniciais? Provavelmente não. Tal motivo deve-se, principalmente ao fato dessa área do conhecimento ser relativamente jovem. Desde pequenos já estávamos em contato com o solo, mas não tínhamos ideia de que o solo é o produto da interação entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera.

A pouco mais de um século, na antiga União Soviética, surgia, a partir dos estudos de Dokuchaev, o conceito de que o solo não era um simples amontoado de materiais inconsolidados resultados da alteração (intemperismo) das rochas, mas sim, o produto duma complexa interação entre material de origem, clima, relevo, organismos vivos e tempo.

Parece complicado né? Calma, que vamos explicar como tudo acontece!

As rochas e\ou sedimentos são alterados física e quimicamente, por meio das reações do intemperismo, principalmente devido a ação da água da chuva e do calor do sol. A intensidade do intemperismo dependerá da natureza do material de origem (alguns materiais são menos resistentes que outros), do volume de água que percola o solo (condicionada pelo relevo e volume de chuvas), da diversidade de organismos que habitam o solo e participam ou influenciam diversas reações físico-químicas, além do tempo no qual o material de origem tem sido exposto aos agentes intempéricos.

Material de origem, clima, relevo, organismos e tempo, são conhecidos como os fatores de formação do solo e determinam quais processos físicos e bioquímicos irão atuar na formação dum determinado solo. Em função da natureza e intensidade de atuação de todos os fatores de formação do solo, em conjunto, camadas e/ou horizontes se diferenciam por meio da variação de seus atributos físicos e químicos ao longo do perfil.

É por isso, que quando observamos um perfil de solo (um barranco mesmo!), vemos camadas com cores, textura, tipos e tamanhos de agregados diferentes.

O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) define o solo como:


Uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e podem, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas..


Agora ficou fácil entender não é mesmo? Vários são os ramos da ciência que se baseiam nesta definição para conceituar nossos tão queridos solos! Porém, de acordo com esta definição, não poderíamos chamar de solo, o material que recobre as superfícies de Marte e Lua, por exemplo, afinal, ainda não foi descoberta nenhuma forma de vida nesses, ou qualquer outro corpo extraterrestre. Porém, em outubro deste ano, foi publicada uma nova definição de solos desenvolvida pela a Soil Science Society of America (SSSA):


A(s) camada(s) de material mineral e/ou orgânico geralmente solto que são afetados por processos físicos, químicos e/ou biológicos em, ou próximo a superfície do planeta e geralmente retém líquidos, gases e biota, e sustenta plantas.


Se você prestar atenção a nova definição traz consigo palavras como “camada(s)” e termos como “geralmente solto” e “geralmente retém”, o que torna possível incluir uma variedade maior de solos.

Portanto, se você for questionado sobre o rigor do uso do termo “solos”, numa situação como no exemplo abaixo:

Cientistas da Nasa analisaram ou analisarão amostras de solos de outros planetas.

Você poderá argumentar que segundo a nova definição de solos publicada pela CSA News, o uso do termo “solos” neste caso, está correto! Ahhh.... e não esqueça de mencionar que você ficou sabendo dessa novidade aqui no InteraSolo!

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