Turfeiras: Os tesouros fora dos mapas
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As turfeiras, também conhecidas como terras pretas, são resultantes da decomposição das plantas e são as responsáveis por conferir coloração escura a diversos rios nascidos na Serra do Espinhaço Meridional, como os rios Vermelho e Preto.
Ainda pouco conhecidas dentro do país, as turfeiras têm grande importância na absorção de carbono, contendo cerca de 30% de todo o volume de carbono estocado nos solos, e por possuírem 90% de seu volume formado por água são grandes reservatórios hídricos.
As terras pretas encontradas na Serra do Espinhaço Meridional ainda não haviam sido identificadas na época do mapeamento dos solos brasileiros confeccionado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Ocupando mais de 14 mil hectares, as turfeiras situadas a aproximadamente 2 mil metros de altitude ocorrem em escalas cartográficas muito pequenas.
O professor Alexandre Christofaro Silva, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), coordena um estudo que foi responsável por mapear mais de um milhão de hectares nas montanhas mineiras. Em uma de suas pesquisas, pode-se identificar a contaminação deste vasto ecossistema por metais pesados, como o chumbo.
Por se tratarem de um tesouro brasileiro e diante da importância da preservação destes ecossistemas, foi aprovado o projeto de Lei para a sua proteção e conservação. A proposta de lei nº 3.062\2015 institui como área de proteção ambiental os ecossistemas das turfeiras presentes na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.
Por meio dessa lei ficam proibidos alguns tipos de atividades nas turfeiras ou próxima a elas, como exemplo, o desmatamento, queimadas, atividades agrícolas, dentre outras que podem prejudicar esse ecossistema. O uso da água dessa região só será permitido desde que não gere grandes modificações nas condições naturais das turfeiras. Sendo assim, a aprovação dessa lei significa um grande avanço para a preservação desse ecossistema tão importante.
Atualmente o Brasil e os demais países não possuem o total conhecimento sobre a formação, importância e desenvolvimento das turfeiras. Proteger esse ecossistema tão raro e único no mundo, assim como o desenvolvimento de mais estudos na área é essencial para manutenção desse importante reservatório de biodiversidade.
Aqui, no site do InteraSolo temos uma entrevista com o Professor Alexandre Christofaro sobre estes novos tesouros. Se você ainda não viu corre lá para assistir!